Ontem eu vivi uma das noites mais incríveis da minha vida.
Década de 90: meninos e meninas adolescentes se apaixonaram por uma balada. foram finais de semana seguidos por anos indo no mesmo lugar, encontrando as mesmas pessoas, fortalecendo as amizades, conhecendo mais gente, se apaixonando e se desapaixonando, conhecendo o que era boa música de verdade - os djs de lá fazem sucesso até hoje. House, R&B, RAP nacional, cheiro de cigarro de cravo, gelo seco.
Foi uma balada que marcou nossa época e deixou saudade para sempre em quem foi. Moldou personalidades, gostos e construiu nossa história. Alguns contatos continuaram mas, como naquela época ainda não existia internet, o tempo foi levando as pessoas embora.
Nesse meio tempo, sempre sonhei em reencontrar as pessoas, em poder viver aquilo de novo. Te juro que sou muito feliz, e não sou do tipo nostálgica presa ao passado, mas se existisse uma volta ao passado, era para um domingo daqueles que eu queria voltar. Ouvir e dançar todas aquelas músicas, rever e abraçar meus amigos queridos, curtir tudo mais um pouco.
Começo de 2000: Internet, Orkut, algumas pessoas recuperaram o contrato, alguns foram recuperados. O tempo passou, mas o carinho continuou o mesmo, preservado pelas lembranças.
Há umas 3 semanas: uma das meninas que era minha grande amiga na época me adicionou a um grupo no Facebook, o grupo daquela matinê. Aí sim, encontrei todo mundo - ou quase - e me senti numa máquina do tempo. O grupo já existia há um tempo e o povo já tinha feito alguns encontros. O próximo estava para acontecer, foi ontem.
Ontem: não vou mentir, estava receosa e quase não fui. Não conhecia boa parte das pessoas, poucos dos meus amigos mesmo iam e eu estava com muito medo de ficar deslocada. AINDA BEM QUE FUI.
Quando eu cheguei na baladinha e localizei o povo, foi mágico. Aqueles rostos todos ali de novo, sorrindo e se abraçando. Eu fui me aproximando, localizei três amigos meus muito queridos numa rodinha - o Daniel, o Daniel e o Luís - haha, vamos deixar os apelidos da época in Vegas - e eles me receberam TÃO BEM, mas tão bem que me senti acolhida na hora! Aí veio a Paula, maior responsável por eu não ter desistido de ir, e meu deu um abraço tão grande, e foram tantos outros abraços e recepções calorosas pela noite toda...
Quase chorei, olha que ridícula! O clima estava ótimo, todo mundo se misturando, alguns empolgados com o som flashback que tava rolando faziam umas dancinhas da época e todo mundo ria. As pessoas estavam genuinamente felizes por te reencontrar. Todos ali fizeram parte da história uns dos outros.
Os que te conheceram sabem bem a pessoa que você é, gostam de você de verdade e estavam tão felizes quanto eu em saber que, após tantos anos, todos ali estão bem, vivos e felizes.
Conversei com gente que eu não conversava na época, mas que tem tudo a ver comigo.
Conversei e fiquei perto de quem eu jamais imaginaria chegar perto e ficar tão á vontade.
Revi paixonites e fiquei feliz em confirmar que o sentimento evoluiu para um carinho incondicional.
Conversei com gente que eu não gostava e que não gostava de mim (sem motivo algum, coisas de aborrecentes) e rimos disso.
Passei boa parte da noite conversando com uma menina que eu achava super brava e tinha até medo de olhar.
Conheci duas queridas que me fizeram ser a última cliente ontem, de tanto que papeamos. Ouvi que estou igualzinha mesmo após 20 anos (uau! Up na autoestima!), ri, soube da vida deles hoje, dancei, abracei, tirei fotos... Mágico, inesquecível e muito especial.
Estar lá trouxe um pedacinho daquilo de volta, e foi um modo de celebrar a vida, os tempos que não voltam, os amigos que moram longe e também os que já se foram.
Sou muito grata por ter vivido tudo aquilo na minha adolescência e por poder ter vivido esse reencontro ontem. E ontem, revendo essas pessoas, entendi o motivo delas terem marcado tanto minha vida e serem eternas para mim: o tempo só nos fez bem!
E que venham os próximos encontros!