quarta-feira, 30 de setembro de 2009

I´m Andre-ah


Eu AMO "O Diabo Veste Prada", com as atuações do trio principal, as músicas, as roupas, o clássico momento da transformação da protagonista em "Princesa", a Miranda, o desfecho, amo, adoro!

Já me sentia meio Andrea Sacks quando ia fazer o mestrado, pois todo mundo se referia á minha futura orientadora como se ela fosse a Miranda, como o mesmo medo. Acabou que ela sempre foi uma querida comigo e, no final, se mostrou tão bom coração como a Miranda do filme na última cena.

Aí surgiu a oportunidade de eu começar a trabalhar como REPÓRTER DE BELEZA do iG!

Claro que não sou desleixada como a Andrea do começo do filme. Amo me sentir bonita, sou super feminina e bem vaidosa até- mas nunca fui muito de "coisas de menina".

Como meu cabelo é liso e fácil de cuidar e nunca tive grande problemas de pele, quase sempre saio de cara lavada e cabelo molhado.

Não tenho secador de cabelos.

Não tenho base (e quando vou gravar o Buena Onda tenho que apelar pras amigas do Virgula, ai, ai, juro que vou comprar).

Eu mesma faço minha unha, quando faço: sou alérgica a esmaltes e tenho neurose de bacterias e bifes arrancados.

Meu cabelo é virgem, nunca pintei, nunquinha.

E, de repente, me vejo nesse Universo maravilhosamente feminino, conversando com profissionais maravilhosos sobre os cabelos mais desejados do momento, fazendo o passo-a-passo da trança embutida (que não sei fazer). Converso com profissionais show, como o cabelereiro das estrelas Bruno Lemos, o cabelereiro Ricardo Heleno, que sabe tanto que tem até um blog (Mundo dos cabelos), o Fernando Paolo, especialista em cabelos afro que suou pra me fazer entender o cabelo maravilhoso da Paula Lima, o Mauricio do Jacques e Janine...

E as aulas de maquiagem que acabo tendo nessas materias? Conhecer tendências como maquiagem fluo e make com aerógrafo, as dicas da maravilhosa Camila Irala (Vixen).

Mas o momento Andre-ah MESMO foi quando fui fazer a materia que mostraria o passo-a-passo de uma make parisiense. Onde? Na Maison Chanel, com o Chanel make-up artist Augusto Sargo: LUXO PURO!

O mais engraçado é que a Maison Chanel em que fui naquele dia fica na Villa Daslu- um lugar que, por não ligar muito para modas e grifes, achei que nunca fosse conhecer. Aliás, quando falavam em Daslu, minha reação era muito parecida com a da Andrea desprezando as sutilezas da mosa e ganhando A LIÇÃO DE MORAL de Miranda Priestly, na cena do suéter azul cobalto.

Enfim, enquanto ia fazer minha matéria sobre make parisiense na Maison Chanel e passava por lojas como Louis Vuitton, Balenciaga e, CLARO, Prada, eu ria por dentro e praticamente visualizava Andrea Sacks colocando qualquer roupa para trabalhar ao som de "Suddenly I See". Mas, principalmente visualisava aquela cena antológica dela se tranformando numa mulher maravilhosa, poderosa e trendy ao som de Vogue, com a franja curta e as botas Chanel...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

UP


Semana passada fui ao cinema com meu marido, assistir UP.
Como já tinha lido comentários de amigos dizendo que o filme era tocante, do tipo que faz rir e chorar e, acima de tudo, como meu marido me disse que ficou mega emocionado, já fui meio preparada e temerosa- porque sabia que o filme era sobre um velhinho e, recém-"aniversariada", não estava muito afim de filmes que me fizessem refletir sobre a chegada da idade, estava me sentindo meio fragilizada.
GENTE: COMO EU CHOREI!
Sério, sou muito emotiva, e alguns temas me tocam ainda mais. O começo do filme, tipo, a sequência inicial é DE MATAR! Não se pode dizer que é triste, por que fala sobre o que faz a vida de alguém valer a pena, mas é muito, muito, muito comovente. Me abalou muito e eu fiquei o filme inteiro tentando esquecer e me distrair, mas não consegui sair ilesa, não.
Hoje mesmo, quase uma semana depois, ainda me vem um nó na garganta quando me lembro, e só de encontrar a foto que ilustra o post, já fiquei mexida de novo.
O filme me lembrou o final da série "Six Feet Under (A Sete Palmos)", alguém assistiu? Foi simplesmente o final mais histérico, soco no estômago, real e pungente que já vi.
Enfim, é por isso que vale a pena respirar, viver, vale a pena sofrer, sentir saudades e ficar com um buraco no coração.
Sem isso a vida é apenas meio vivida, e eu agradeço todos os dias por ser, como meu marido disse, "a Ellie dele".

sábado, 12 de setembro de 2009

Aniversário


Aniversário chegando, muitas emoções vão se apossando da gente, né?
Nem quero pensar muito nisso porque fico emotiva e JÁ SOU naturalmente emotiva, então qualquer empurrãozinho já me afoga toda.
Quero evitar o balanço do ano, quero evitar me entregar ao inevitável sentimento de nostalgia, mas não tô conseguindo.
Na verdade tô super ansiosa e à flor da pele- e estar de TPM bem ás vésperas não colabora, viu? Hahaha.
Serei breve.
De um modo geral e sem querer me aprofundar, sinto que minha vida mudou muito do último aniversário pra esse. Sinto que ela está mais leve, mais cheia de cor e luz, como um caleidoscópio. Minha vida ensolarou, esquentou, agitou.
Conheci pessoas maravilhosas que se tornaram indispensáveis em minha vida, estreitei ainda mais os laços com algumas que já amava muito, encontrei muita gente leve, engraçada e que me faz rir muito.
Saio mais, me divirto mais, tenho uma vida melhor, vibro numa energia mais alta. Continuo tendo a certeza indissolúvel que tudo na vida que não dá certo é porque não era pra fazer parte da sua jornada, e sigo sempre leve, confiante e feliz.
Me conheci muito mais nesse ano, percebi que algumas coisas já não faziam mais parte de mim, e assim me livrei de quase 15 kgs sem tomar remédio ou fazer loucuras. Meu corpo é mais forte, mais musculoso, mais bonito, mais confiável, mais meu. Abri mão de sonhos que fazem parte de um passado distante, de uma pessoa que já não sou mais.
Cada vez mais estou conseguindo focar no que realmente importa e deixar pra lá as picuinhas, bobagens e provocações que surgem.

Dou mais valor ao meu amor, minha família, meus amigos de verdade e minha saúde (ainda mais valor a tudo isso).
Amo muito minha casa e tudo o que conquistamos, e estou preparada para conquistar ainda mais.
Hoje eu só quero pessoas e trabalhos que me permitam ser eu mesma. Não quero nada que me limite, que me obrigue a "me apagar", a ser mais neutra, a ser mais "polite", a ser mais BEGE, tons pastel. Acho a vida meio curta para passar desapercebida, para abrir mão de sua essência, sabe?

Nada nem ninguém merece esse sacrifício.

Respeito muito a opinião das pessoas que não suportam uma opinião mais dura, um dia menos inspirado ou uma atitude mais crua de minha parte, mas sei que essas pessoas não servem mais pra mim, e desejo tudo de melhor para cada uma delas. Amo muito fazer todo mundo rir, todo mundo feliz, ser gentil e amorosa, mas sei que não posso ser assim sempre.
Sigo leve, feliz, colorida, protegida, forte, mais determinada, mais bonita (porque estou mais bonita por dentro), mais eu.
Que venha meu aniversário, e que eu não fique muito chorona com todo o amor concentrado dos amigos- porque morro de vergonha de chorar em público, mesmo que de felicidade, haha.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Saying bye bye to Jeannie


E aí, na hora de dormir me subiu uma certa raiva pela história da Jeannie (ver próximo post, haha). Comecei a pensar em escrever um e-mail malcriado para ela, apontando suas falhas e desejando que ela encontrasse amigas como ela daqui pra frente.

Então comecei a pensar que estou cansada de toda a mágoa dessa história- que dura anos- e que esses sentimentos só fazem mal. Inspirada pelas coisas em que eu acredito, resolvi fazer uma visualização/mentalização.

Fecho os olhos e imagino...

Eu e Jeannie, nos encontrando num deserto (? Não me perguntem). Nos olhamos, sorrimos, e eu digo:

- Que bom que você veio, amiga. Sei que também devo ter te decepcionado muito, mas nós mudamos muito e não conseguimos mais nos entender ou ter as mesmas visões. As pessoas aparecem e passam pela nossa vida, e as amizades duram o tempo que tem que durar; enquanto trazem bons sentimentos. Você foi muito importante para mim e eu fui muito importante para você, por isso quis vir aqui para me despedir e agradecer.

Ela sorri e eu também. Não me sinto triste, mas conformada.

Cada uma põe a mão no coração, e tiramos a parte escurecida e magoada dele. Pegamos nossa mágoa, nossa raiva, nossas decepções e tudo de negativo e esprememos com as mãos. Observamos aquilo virar areia e sair voando com o vento, até desaparecer.

Sorrimos e nos abraçamos, um abraço educado e cordial. Nos olhamos uma última vez, sorrimos e seguimos, cada uma para seu lado.

Na cama, eu REALMENTE sinto meu coração mais leve. MUITO mais leve. Respiro sem dor, respiro fácil, posso prosseguir.

Sorrio, agradeço e durmo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jeannie



Era uma vez duas amigas, que se conheceram no cursinho. Ela se divertiram muito nessa época com as aulas cabuladas, a galera no bar tocando violão, um ou outro mocinho interessante que aparecia e etc.

Ai, meu, muito comprida esta versão, vamos resumir: uma das meninas, obviamente, sou eu e a outra é uma amiga que podemos chamar de Jeannie, as in Jeannie in the bottle. Jeannie era engraçada, ria dela mesma, era muito popular com os meninos, inteligente, querida e- mesmo sendo linda- não julgava pelas aparências.

Jeannie era super trabalhadora, ralava desde cedo e continuou nesse crescente por muitos anos. Ela estava lá quando conheci meu primeiro namorado, eu estava lá para ouvri que ela foi internada por que tomou remédios demais pela decepção com o primeiro dela. Eu também estava lá quando ela terminou com outro amor e estava com medo de ficar sozinha e fazer besteira.

Um dia encontrou um amo e senhor e se casou com ele- eu estava lá. Eu sempre me dei bem com ele, e ele sempre foi muito legal com Jeannie.

Um dia, Jeannie decidiu que queria ser mãe, engravidou e, infelizmente teve uma gravidez muito complicada e ficou internada em repouso absoluto por alguns dias. Eu fui visitá-la no hospital e cuidei dela e, qdo os bebês morreram, eu sofri junto e sempre estive lá.

Poucos meses depois, ela engravidou e eles nos escolheram como padrinhos (eu e meu marido, na época namorado). Meu amor estranhou, disse que estava lisonejado mas que eles ainda não o conheciam muito bem. Eles disseram que era exatamente esse nosso jeito reservado que os agradava, que queriam padrinhos amorosos mas que não ficassem invadindo a vida da criança. Aceitamos e nossa afilhada nasceu, muito fofa. Eu estava lá, no parto, esperando com a família.

Jeannie engravidou de novo e de novo pois, mesmo que todas as suas gestações fossem de risco, seu amo queria uma família grande. Sempre estivemos por perto.

No meio do caminho, já casada e mais madura, comecei a perceber que Jeannie nunca tinha a gentileza de pegar o telefone e me ligar para saber como eu estava na nova vida- que não é fácil no começo.

E não foi por falta de tempo pois, a esta altura, Jeannie já não trabalhava mais e tinha uma babá e uma empregada.

Um dia nós discutimos, e Jeannie disse que eu nem ligava para a filha dela, e que tinha se arrependido de ter nos escolhido como padrinhos (ué, não era exatamente pelo nosso jeito tranquilo que fomos escolhidos). Ela se desculpou mas, posso falar? nunca esqueci as palavras dela e tudo mudou.

Não pense que éramos ausentes: íamos a todas as festas de todos os filhos, passávamos lá no Natal para entregar presentinhos e nos encontrávamos esporadicamente.

O que acontece é que nossa vida era mais corrida. Eu, sempre ás voltas com mil cursos e atividades, trabalhando e tentando me estabilizar, nem sempre tinha tempo para ligar e, com o passar do tempo, parei de ter paciência com o chororô e a posição de vítima que ela adotava.

Acho que ela nunca parou pra pensar que, se quiséssemos viver para o filho de alguém, já teríamos tido os nossos.

Ela admitiu que me comparava com as amigas dela, as que iam passar a tarde na casa dela fazendo decoupage, scrapbook e outros artesanatos que passavam nos programas da tarde (juro, não é modo de dizer)- isso nunca teve NADA a ver comigo.

Pouco a pouco ela foi parando até de ter um mínimo de educação ou cordialidade, e nem ligar no meu aniversário ela ligava mais.

Se não fosse pela afilhada, já teria me desvinculado da Amelia fútil que minha amiga se tornara, pois até a fazer comentários maldosos das próprias amigas ela começou- e depois as tratava como se nada tivesse acontecido. Me desiludi total, né? Quem era essa? O que restava nela para eu admirar, ela que já havia sido tão especial aos meus olhos?

Um belo dia, já estremecidas mas sem nada declarado- passei no prédio dela para deixar ovos de Páscoa para as crianças. Foi aí que o porteiro me avisou que ela não morava mais lá, que havia se mudado para o prédio da frente há alguns meses!!!!!!

Ela, que adorava encher a boca para reclamar da má amiga que eu era, se superou na hipocrisia. Atravessei a rua e deixei os ovos na portaria.

Vocês acham que ela me ligou se desculpando ou explicando essa atitude escrota? Nunca.

Parei de contar minhas coisas para ela também, não tinha mais vontade. Cogitei seriamente abrir mão da menina, que merecia padrinhos mais moldados ao "freak show Ilha de Caras" que se tornara a vida dela, mas achei que a menina não tinha culpa, que, quando crescesse, nós poderíamos nos falar mais e que talvez ela precisasse de alguém mais "mundo real" por perto.

Fui em outra festinha de aniversário e ela nem tocou no assunto da mudança, e me tratou super bem- meu marido até elogiou, mas ele não a conhecia tão bem para perceber que aquilo não era afeto, era verniz e os sorrisos eram de plástico.

A vida continuou. Me mudei há mais de um ano e ela nem desconfia. Mil coisas legais aconteceram comigo e ela nem sabe. Sempre acho que minha vida é preciosa, e que só devo dividí-la com quem merece. Não nos falamos nunca mais, exceto quando mandei mensagem de aniversário para ela- ela continuou esquecendo o meu aniversário e tudo mais.

Ontem foi aniversário da nossa afilhada. Sem o menor saco para telefonar, decidi deixar um scrap para ela no orkut para a gente marcar algo (em consideração à menina, pq por mim...). No que entrei, comecei a ler várias mensagens de pessoas dizendo que a festa da minha filhada estava linda. OI? A FESTA JÁ FOI E ELA NEM CHAMOU OS PADRINHOS! E eu me sentindo mal por não telefonar...

Deixei um scrap de lavar a alma, do tipo para bom entendedor:

"Jeannie, perdi seu telefone mas queria deixar nossos parabéns para V. e nossos desejos de que ela seja sempre feliz. Li que a festa dela foi ótima. Que bom, ela merece."

Meu, depois de muitos anos ela não tinha mais como posar de boa amiga injustiçada, ela teria que perceber que pisou na bola, que foi má amiga, mal educada e hipócrita. Se ela não queria mais que eu fosse madrinha da filha dela, eu super entenderia, porque ela não foi sincera? Agora ela teria que se posicionar, que se pronunciar e assumir algumas coisas, teria que sair da zona de conforto dela.

Sabem o que ela fez, amiguinhos persistentes e curiosos que estão lendo até agora esse desabafo?

ME REMOVEU DA LISTA DE AMIGOS DO ORKUT E TRANCOU OS SCRAPS!

Hahahahahahaahahahhaahahahahah, sério, como a vida fica fácil quando as pessoas se superam na baixeza e covardia!

Não dá nem pra sentir remorso, só lamento pela pequena princesinha de Caras- uma menina de 6 anos que, há uns 2, está sempre de chapinha e maquiagem nas fotos.

Desejo que, um dia, ela consiga ter personalidade e conteúdo, e que viva uma vida real, maravilhosa e imperfeita. Que seja cercada de amigos de verdade. Que saiba reconhecer que as verdadeiros amigas são as que te ajudam a não tentar se matar de novo, a fazer xixi quando você está de repouso no hospital, que seguram sua mão quando você perde seus bebês, que te ligam pra te tirar da escuridão, que ficam com você nas horas mais difíceis e que sempre tentam te fazer bem, e não as que tem a tarde livre, o marido rico e a risada desbotada.