quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Entrei no reality errado

E esses tempos, que jurava que me inscrevi no "The Apprentice", mas no final fui perceber que era "Paris Hilton´s My new BFF"?

E ainda se fosse da Paris, ainda dá pra entender, né? Famosa, boa de marketing, sabe se divertir e levar a v1d4lok4, conhece todo mundo, lança tendências e está ligada em tudo que há de novo por aí.

Mas nem isso, sabe? Só a futilidade, alguma semelhança física e a idade mental.
Uma Paris complexada, insegura, obsoleta e que não sabe ser eclipsada (mesmo sem ter luz alguma).

Sabem o que deu, né?


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Livro bom, memória ruim

Esses dias tava falando de livros com uma amiga, e lembrei de um livro que li na minha adolescência, emprestado da biblioteca.
Falava sobre decepções no final da adolescência/início da vida adulta, sobre a vida dura nas faculdades. Aqueles enredos em que você ri dos absurdos e acha tudo muito exagerado e irreal - mas no fim percebe que é perfeitamente possível existir gente assim. Uma coisa meio Gossip Girl.
O protagonista era gatinho e gente boa, tinha uma família legal, carisma e bons valores - mas se equivocou na hora de fazer amizades e acabou se ferrando até descobrir com quem estava lidando.
Conhece uma galera legal, do tipo que parece curtir a vida, se divertir e ter tanto tempo livre quanto ele - que era sustentado pelos pais e não precisava trabalhar. Ele e a galera super se afinaram e, por anos, correu tudo às mil maravilhas. (Atenção, spoiler) De repente, numa reviravolta, a galera surta e ele passa a ser pintado como o verdadeiro vilão. A relação com a galerinha vazia acaba, e ele volta a dar importância ao que realmente importa, volta a ser feliz, cresce, amadurece, vira um profissional bem- sucedido e se acerta com o amor da sua vida, que sempre avisou que aquele povo era uma cilada-bino.
Final feliz e aguinha com açucar.
Mas o que me pegou na época, foi a complexidade dos personagens, bem mais verossímeis do que os lindos, ricos e estereotipados "capitão do time de futebol e cheerleader". Eles eram uma mistura de Gossip Girl com pessoas normais, como eu e você - mas eram loucos e mal resolvidos como ninguém.
Tinha o garoto complexado e carente, de família pobre. O que sempre ia com quem é mais rico e oferece mais coisas. O que o protagonista ajudou com um dinheiro que nem tinha quando ele estava tão fodido que até cogitava se matar, e que virou as costas para ele lindamente, só para não contrariar a galera. Esse pecou por omissão, por virar as costas quando mais se precisava dele, por sempre preferir quem podia dar a ele a ilusão e o gostinho de uma vida diferente da que ele levav.
Tinha o garoto mimado, imaturo, covarde e interesseiro, aquele que é um bosta, sabe? Gordinho, mal resolvido consigo, com a família, com os estudos... Do tipo que vai com quem dava mais dinheiro. Numa passagem do livro, confessou que estava puto por ser chamado de interesseiro pela colega louca, mas que ia esperar um pouco para tirar satisfações, esperar até a viagem para a mansão dela em Malibu. Este era uó: passou a falar mal do protagonista horrivelmente quando a batata dele começou a assar - sendo que o nosso mocinho nunca falou ou fez nada de mal a ele, muito pelo contrário. Cuzão, sabe? Putinha, com o perdão da má palavra.
Tinha a frustrada profissional, uma Shar Pei do High School Musical piorada, que passou a vida tentando ser alguém, mas nunca conseguia sair da sombra dos pais famosos. A que se vestia cada dia de um jeito e que se adaptava ao que estava bombando no momento para tentar alcançar alguma notoriedade pois, se dependesse do seu pouco talento...Falava mal de tudo e de todos, e dizia fingir ser amiga da louca principal (logo vou falar dela) só por medo do que ela podia fazer se a amizade acabasse. Dessa personagem eu garrei ódio, foi muito bem escrita: frustrada, recalcada, vítima, agressiva como poucas, a própria Erva Venenosa da música, me deu calafrios. Essa nunca será, pois tem medo de ser. Tudo em sua vida era de isopor, não era plena em nada. Mas era boa atriz, enganava bem e até nosso protagonista bem que caiu na dela.
Tinha o moleque porco, sabe, o que achava engraçado ser fedido, louco, beberrão: um traste. Esse tinha algum talento, mas não nos relacionamentos (inclusive com a família). Fodão e bully de longe, mas do tipo que nem consegue olhar no olho de perto. Gritava impropérios no meio da multidão, mas não tinha culhão de falar nada na cara. Aliás, nenhum deles jamais teve qualquer conversa ou confronto com o protagonista. Foi tudo bem insano, de um dia para o outro, sem aviso e sem motivo palpável.
Tinham as rednecks, as coadjuvantes feiosas que faziam tudo para serem aceitas pelas luzes da cidade grande. Uma ao melhor estilo Mulher Solteira Procura, se enfiava na vida das pessoas sem dignidade ou vergonha na cara, limpando até o chão para ser aceita. A outra, uma louca perdida e infantil, do tipo que conseguia ser a palmeirense mais fanática para, dias depois, amar o Corinthians mais que tudo e ir contra tudo o que dizia acreditar
E, claro, tem a louca principal, a moça doente mental e sofredora. Entupida de remédios, não conseguia lidar com luz e adorava conviver com os chupins. Até rolou um início de amor sincero com o protagonista, meio fraternal, e a gente quase acredita que ela ia se regenerar, mas não teve jeito: a moça era tão irrecuperável quanto destrutiva e maria-vai-com-as-outras. Louca, infeliz, complexada, só não deu para ter mais pena porque ela tentou destruir tudo o que o mocinho do filme tinha construído com um afã que deu nojo.
Era o Bonde dos Vida de Bosta. Que nada construíam, que não eram felizes com nada do que tem. Saiam lindos no álbum anual do colégio mas, quando o flash se apagava, voltavam a ser ocos e a falar um do outro pelas costas.
O mais foda é que a maioria deles percebeu que o protagonista era diferente, e até começaram a se abrir com ele, a parecerem reais e humanos quando estavam a sós. E falavam cada coisa mesquinha! Justiça seja feita, o protagonista sempre tentou tirar o melhor de cada um e não encorajar essas atitudes, mas luz na treva não dura muito, né?
Enfim, adorei o livro: super complexo, real, atual e bem escrito. Nada de "o bem vence o mal": tudo ficou na mesma. Não houve aquele grande momento da desforra ou qualquer confronto. Ele só seguiu com sua vida e todos também. Simples assim. O que lavava a alma eram as fofoquinhas sórdidas que um fazia do outro e a pequeneza da vida da galere.
Se eu lembrasse o nome, até recomendava. Mas nem me lembro mais :)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Pelo direito de virar cinzas



Fato: sou uma pessoa extrovertida. Sou alegre, adoro rir, brincar com as pessoas, ouvir música, conversar, sair, passear, sou falante e pra cima.

Mas não deixo de ter uma essência introspetctiva: adoro ficar quieta, pensar, analisar, pesquisar, ler, refletir sobre as coisas, estudar, focar, sentir... E quando acontecem coisas marcantes na minha vida, essa característica se acentua- principalmente quando esses acontecimentos são fins de ciclos, transições, perdas e decepções. Aí é que realmente sinto mais vontade de ficar comigo, pensar, sentir, expurgar, chorar, esvaziar tudo o que tem de ser esvaziado, fazer as demolições e limpezas de terreno para construir tudo de novo de uma maneira mais sólida.

O problema é que, nesse mundo, querer introspecção é pedir muito, é luxo. Se você não está muito afim de fazer nada, se quer mais é ficar quieta e se voltar pra dentro, é como se estivesse doente, sabe?

No final do ano passado foi assim: tudo o que eu queria era ficar na minha, exorcizar uns demônios internos, jogar fora umas coisas que não posso mais usar (metaforicamente falando) e me fechar para poder me abrir. Só que me vi em uma espiral de acontecimentos sociais e familiares dos quais, mesmo não estando minimamente disposta - não pude escapar. Festas de fim de ano, Natal, compras, reuniões, um monte de atividades que exigiram muito de mim. Até uma viagem acabei sendo forçada a fazer - e digo forçada porque é super complicado dizer não e fazer só a sua vontade quando se é casada e inserida em todo um contexto cheio de gente.

O resultado é que hoje, dia 09 de janeiro, estou com uma super gripe, me sentindo velha e cansada, sem energia nenhuma para nada. Quando leio algo como "Voltando das férias energizada e com as baterias recarregadas, pronta para começar 2011 com força total", sinto uma inveja! Inimaginável essa sensação.

Só me sinto sem energia, esgotada, querendo dormir, ler, pensar, me reorganizar emocionalmente, praticar a espiritualidade e a contemplação.

Estou Yin.

Não consigo sentir aquele pique, sabe? Vontade de treinar, correr, nadar (e nem posso, sob ordem médica, por causa da lombar), agitar, sair, fazer os contatos que preciso fazer, fazer o mundo girar- e não, não estou doente ou deprimida, apenas acho que é parte natural de todo processo "fechar para balanço" antes de reabrir.

Quando você passa por muita coisa muito intensa, uma hora "o sistema" não aguenta, entra em curto.

Não falo de surto, crise, colapso ou um grande problema. Só falo da simples ação de digerir, sabe? De renovar. De "invernar". De viver o término totalmente para poder recomeçar.

E é pedir muito nesse mundo voltado pra fora, sempre pra fora (não é uma crítica a quem é assim, só um desabafo de quem só quer poder ser diferente em paz.)

E me desculpem o exemplo batido, sei que Fênix virou coisa meio que tatuagem de pitboy que viu Harry Potter e achou bemloko essa coisa de renascimento, mas até parece que no Mito a Fênix foi pra balada e renasceu, né?

Me deixem virar cinzas, só isso! Pequenas mortes são necessárias para a vida continuar, sabe?

Parem de me tirar da concha, de exigir grandes gestos e movimentos - aliás, ultimamente, até os pequenos gestos estão gastando minha energia, então parem de me exigir qualquer coisa: só me dêem uns 5 dias de sumiço, de quietude, de "antisociabilidade"!

Tá tudo bem, prometo, sou normal. Não estou triste ou derrotada, só preciso me recuperar de tudo o que aconteceu. Deixar que as feridas criem casquinha, sabe?

Porque se eu não virar cinza, não renasço...


domingo, 2 de janeiro de 2011

2010 em 3 Músicas- parte III


Let It Be
The Beatles

When I find myself in times of trouble
Mother Mary comes to me
Speaking words of wisdom:
Let it be

And in my hour of darkness
She is standing right in front of me
Speaking words of wisdom:
Let it be

Let it be, let it be
Let it be, let it be
Whisper words of wisdom:
Let it be

And when the broken hearted people
Living in the world agree
There will be an answer:
Let it be

For though they may be parted there is
Still a chance that they will see
There will be an answer:
Let it be

Let it be, let it be
Let it be, let it be
There will be an answer:
Let it be

Let it be, let it be
Let it be, let it be
Whisper words of wisdom:
Let it be
-
Let it be, let it be
Let it be, let it be
There will be an answer:
Let it be
2X

And when the night is cloudy
There is still a light that shines on me
Shine on until tomorrow
Let it be

I wake up to the sound of music
Mother Mary comes to me
There will be no sorrow
Let it be
2X

Let it be, let it be
Let it be, let it be
Whisper words of wisdom:
Let it be

2010 em 3 Músicas- parte II


Fighter- Christina Aguilera

After all you put me through
You'd think I despise you
But in the end, I wanna thank you
'Cause you make me that much stronger

When I, thought I knew you
Thinking that you were true
I guess I, I couldn't trust
Called your bluff, time is up
'Cause I've had enough
You were, there by my side
Always down for the ride
But your, joy ride just came down in flames
'Cause your greed sold me out of shame

After all of the stealing and cheating
You probably think that I hold resentment for you
But, oh no, you're wrong
'Cause if it wasn't for all that you tried to do
I wouldn't know just how capable I am to pull through
So I wanna say thank you

'Cause it makes me that much stronger
Makes me work a little bit harder
It makes me that much wiser
So thanks for making me a fighter
Made me learn a little bit faster
Made my skin a little bit thicker
Makes me that much smarter
So thanks for making me a fighter

Never saw it coming
All of your backstabbing
Just so you could cash in
On a good thing before I realized your game
I heard you're going round
Playing the victim now
But don't even begin
Feeling I'm the one to blame
'Cause you dug your own grave

After all of the fights and the lies
Yes you wanted to harm me but that won't work anymore
No more, oh no, it's over
'Cause if it wasn't for all of your torture
I wouldn't know how to be this way now
And never back down
So I wanna say thank you

'Cause it makes me that much stronger
Makes me work a little bit harder
Makes me that much wiser
So thanks for making me a fighter
Made me learn a little bit faster
Made my skin a little bit thicker
It makes me that much smarter
So thanks for making me a fighter

How could this man I thought I knew
Turn out to be unjust, so cruel
Could only see the good in you
Pretended not to see the truth
You tried to hide your lies, disguise yourself
Through living in denial
But in the end you'll see
You won't stop me

I am a fighter and I
I ain't goin' stop
There is no turning back
I've had enough

It makes me that much stronger
Makes me work a little bit harder
It makes me that much wiser
So thanks for making me a fighter
Made me learn a little bit faster
Made my skin a little bit thicker
Makes me that much smarter
So thanks for making me a fighter

Thought I would forget
But I remember
Cause I'll remember, I'll remember

It makes me that much stronger
Makes me work a little bit harder
It makes me that much wiser
So thanks for making me a fighter
Made me learn a little bit faster
Made my skin a little bit thicker
Makes me that much smarter
So thanks for making me a fighter

2010 em 3 Músicas- Parte I




Funhouse

I dance around this empty house
Tear us down, throw you out
Screamin down the hall
Spinnin all around and now we fall

Pictures framing up the past
Your taunting smirk behind the glass
This museum, full of ash
Once a tickle, now a rash

This used to be a funhouse
But now it's full of evil clowns
It's time to start the countdown
I'm gonna burn it down, down, down
I'm gonna burn it down
nine eight seven six five four three two one fun

Echoes knocking on locked doors
All the laughter from before
I'd rather live out on the street
Than in this haunted memory

I've called the movers, called the maids
We'll try to exorcise this place
Drag my mattress to the yard
Crumble, tumble, house of cards

This used to be a funhouse
But now it's full of evil clowns
It's time to start the countdown
I'm gonna burn it down, down, down
This used to be a funhouse
But now it's full of evil clowns
It's time to start the countdown
I'm gonna burn it down, down, down
I'm gonna burn it down
nine eight seven six five four three two one fun

I'm crawling through the doggy door
My key don't fit my lock no more
I'll change the drapes
I'll break the plates
I'll find a new place
Burn this fucker down

Dododododododo
nine eight seven six five four three two one

This used to be a funhouse
But now it's full of evil clowns
It's time to start the countdown
I'm gonna burn it down, down, down
This used to be a funhouse
But now it's full of evil clowns
It's time to start the countdown
I'm gonna burn it down, down, down
I'm gonna burn it down

Resumão

Oi, gente, que saudades de postar!
Tantas coisas me afastaram daqui, a principal falta de tempo e correria- trabalhei INSANAMENTE no final do ano passado.
Nesse 2011, pretendo voltar a postar frequentemente.
Mas não posso falar de 2011 sem mencionar 2010: foi um ano em que tive a benção da saúde e de não perder nenhum ente querido, em que meu casamento continuou fantástico, em que vivi coisas maravilhosas profissionalmente e em que me conectei mais profundamente com minha espiritualidade. Financeiramente também não foi ruim.
Porém, foi um ano MUITO DIFÍCIL E SOFRIDO, em tive diversas decepções, um probleminha bem chato nas costas - ainda não posso me exercitar e estou fazendo RPG :( - e consegui passar ilesa em meio a muita gente pequena e louca, sem rumo ou caráter.
Sinto que passei pelo Umbral e, mesmo tentada a mostrar meu lado dark, consegui evoluir. Andei entre os rastejantes, que não curtem ficar sozinhos na lama e foquei na luz. Só fiz sair mais limpa e amando mais tudo o que tenho, gostando ainda mais de ser eu mesma e grata por tudo o que eu aprendi e por tudo de bom que o ruim me deixou.
Não vou ficar aqui desperdiçando palavras com pequenezas, com situações já superadas e com gente que já morreu simbolicamente: Frankly, my dear, I don´t give a damn.
Em 3 músicas, resumirei 2010, para poder começar a postar 2011, ok?
Beijos e continuem entrando nesse meu blog: HAPPY NEW YEAR!