segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Roda da Fortuna

Sempre fui muito certinha, certinha porque quis.

Tudo muito planejado, tudo muito a longo prazo, tudo meio que decidido bem antes. E me ferrei várias vezes, pois tudo é mutável, tudo se transforma o tempo todo.

Pensando no Tarot, temos a Roda da Fortuna, que diz: quando tudo está rodando, o lugar menos perigoso é o centro da Roda. Tentar sair dela ou ficar na beiradinha é ser atropelado e cair. Renda-se à excitação da Roda, vá alegremente ao seu centro e rode junto com ela, funda-se, seja uma coisa só com a Roda e o Universo.



Com o tempo, aprendi lições valiosas:

1) Só saberemos como iríamos agir diante de uma situação se e quando vivermos essa situação. Achar que faria isso ou aquilo ou julgar as ações dos outros que vivem algo é totalmente ilusório e até hipócrita.

2) Planejar a longo prazo é criar prisões. CLARO que não consigo viver sem planos ou objetivos, mas hoje já não "escrevo com sangue" o meu futuro, e não me oponho tanto às mudanças que aparecem.

O mais legal da vida é se permitir viver as coisas que você não imaginava viver, fazer as coisas que você não se imaginava fazendo, aceitar novos desafios não deixar o medo tomar conta de você ou os obstáculos te paralisarem.

Viver algo que você não imaginava e não impedir as mudanças e experiências que a vida te traz é uma das experiências mais enriquecedoras que eu já vivi.

Você se sente viva, poderosa, plena, fluindo junto com o Universo e as coisas que ele te dá para viver e é maravilhoso!

Quando eu poderia imaginar que, sendo como sou,  seria a inconsequente diante do louco, a que não se refreia, a que mergulha de cabeça em algo inesperado e ama? Só de poder viver isso, já me sinto muito privilegiada, sinto que me conheço muito mais e que sou muito mais do que pensava - não num sentido arrogante, mas no sentido de ser ilimitada.

Enfim, já estive dos dois lados: o controladinho com a vida pronta na cabeça, querendo planejar tudo e o que se abre e vive intensamente aquilo que se apresenta, mesmo sem saber até quando e por quê. E, gente, é com um sorriso enorme na alma que eu falo pra vocês: não tem NEM COMPARAÇÃO o tanto que é melhor viver ao invés de pensar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Viver bem


Olha, nessa era de Internet em que tudo quanto é texto é de autoria de Arnaldo Jabor e Luís Fernando Veríssimo, dá até medo de postar essas palavras atribuídas a Cora Coralina e depois descobrir que ela nunca escreveu isso, mas o que vale é a intenção - não é mesmo minha gente? :)

Acho esse texto abaixo beeeem importante, por que basta focar nossas energias numa coisa, que ela cresce: tá com dor e fica falando que tá com dor? A dor vai aumentar... O mesmo vale para calor, fome, raiva, saudade, mau humor, etc. 

Além disso, já cansei de ver jovens senhoras esquecendo alguma coisa boba e já decretando que é um princípio de senilidade, gente que coloca limitações em seu próprio caminho, gente que só reclama e fica com uma vibe horrorosa, etc.

Enfim, acho esse texto um exemplo de como viver, espero que inspire algum de vocês como inspira a mim:

O QUE É VIVER BEM...

Um repórter perguntou à Cora Coralina o que é viver bem.
Ela lhe disse:

"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice.
E digo pra você, não pense.

Nunca diga" estou envelhecendo, estou ficando velha". Eu não digo.
Eu não digo estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida.
O melhor roteiro é ler e se praticar o que lê.
O bom é produzir sempre e não dormir de dia.

Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada.
Nada de palavra negativa.

Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros.
Então silêncio!

Sei que tenho muitos anos.
Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não.
Você acha que eu sou?

Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser.
Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos.
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.

Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Sete passos de uma Deusa

Cresci nos anos 80, e tudo o que ouvi enquanto vivia minhas coisas e ia fazendo aniversários faz parte de quem eu sou. Os melhores shows a que fui, os que mais saboreei e curti, foram os shows de bandas "antigas", que formaram meu caráter musical. The Cure, Echo& The Bunnymen, Simple Minds, Tears For Fears, A-Ha, Madonna, Simply Red, Aerosmith, Erasure, Seal (esses dois mais anos 90 na minha vida): todos cultivados, degustados, aguardados e curtidos por corpo e alma.

Ontem, tive a alegria de ir a mais um show de uma cantora que eu amo desde os anos 80, que cresci ouvindo: fui ao show da Sade. E não é que simplesmente vi Sade, mas vi de perto, tipo passei 2 horas sentada a sete passos dela: nunca vou esquecer a noite de ontem!

E tudo graças à uma amiga, que me chamou para uma festa fechada e vipérrima, em que a atração era o SHOW DA SADE. Já tinha desistido de vê-la pois, aqui em São Paulo, o ingresso custa OITOCENTOS REAIS.

Enfim, voltando ao Olimpo, o que é aquela mulher??? Sempre achei ela a coisa mais linda do mundo, uma Deusa, a cara da Pocahontas! De perto, é ainda melhor, porque junto com a beleza, vem o charme e o sex appeal e, nossa, isso ela tem de sobra.



Rosto exótico, bocona linda, uma pele! O corpo é todo bem desenhado, torneado, lindo! E o charme? Meu Deus, acho que toda mulher tinha que viver como ela, sem medo de ser sensual. Ela tem consciência de todos os movimentos do corpo, e tem um olhar! Sorridente, talentosa e hipnótica: você não sabe o que é melhor, ver ou ouvir Sade. Linda, linda, uma inspiração. E tudo isso vestida de calça preta e blusa justa de gola alta, terninho e coque, de camisa branca...nada de apelar pra micro roupas ou vulgaridade: DEUSA!



E A VOZ? Uma das mais lindas que já ouvi. Se nos CDs e DVDs já é fantástica com aquele timbre único, ao vivo é IMPRESSIONANTE, sério, IMPRESSIONANTE!

Ela cantou músicas do novo trabalho (adoro Soldiers of Love, a primeira música do show), mas não deixou de fora nenhum megahit: teve "Smooth Operator", "Kiss of Life", "Your Love is King", "No Ordinary love", "The sweetest taboo", "Is it a crime", "Cherish the Day", "By your side", "Paradise"...




Simpática, disse que nunca esqueceria o show de ontem, pois era o seu primeiro show no Brasil. Que sempre quis vir pra cá e estava muito feliz. Que somos lindos e lamentava não falar português (mas arriscou um "Boa noite São Paulo" e "Obrigada"). A banda dela também é ótima, e todos pareciam realmente felizes por estarem aqui: quando acabou o show, eles se abraçaram, comemorando, parecia que tinham marcado o gol do título, muito foda.

Enfim, sei que um post sobre a Sade já é cafona. Sei que chamar alguém de Deusa e Pocahontas também é brega. Assim sendo, não tenho nada a perder resumindo: amei muito o show, nunca vou esquecer a noite de ontem, nunca achei que chegaria tão perto dessa cantora que eu amo, Sade é uma sereia linda e se ela vendesse sex-appeal engarrafado, eu comprava o estoque todo (suspiro).

Cause I´m a Gipsy

A Cigana pegou minhas mãos, olhou para elas e ficou olhando como se visse imagens ou frases de um livro.
Era bonita, mas o que mais me chamou a atenção foram seus olhos. Aliás, seu olhar. Era um olhar que nublado, um olhar esfumaçado, com as pálpebras baixas - mas do tipo que chega até o fundo da alma.

E então, ela me disse:

"Deixe o velho ir para o novo vir. Não vejo nada de ruim acontecendo. Vejo você podendo escolher entre o bom e o bom, não você sem escolha. Deixe o velho ir para o novo vir".

E foi o que eu fiz.